Uma união que enriquece para além das margens
Em Portugal existem treze freguesias que contêm, na sua designação, o termo "ponte". Esta particularidade levou à criação de um projeto inédito, lançado pela freguesia de Ponte do Rol, que em 2006 desafiou as suas congéneres a criar uma associação que permitisse estreitar relações e desenvolver intercâmbios de âmbito social e cultural.
O grupo reuniu inicialmente no concelho da Mealhada e foi a Regueira de Pontes efetuar a sua primeira reunião preparatória, em setembro de 2006, na qual os autarcas se comprometeram a realizar anualmente um encontro com as treze freguesias. Além das parcerias e convívios ocasionais estabelecidos entre elas, o grupo pretende reforçar os laços que as unem através desta iniciativa mais abrangente, na qual cada freguesia é um interveniente fundamental. A primeira autarquia a promover o Encontro Nacional de Pontes foi a Ponte do Rol, em junho de 2007.
Aos objetivos do intercâmbio e da troca de experiências, associa-se a divulgação do património. Com uma riqueza natural e arquitetónica ímpares, estas treze freguesias beneficiam, na sua maioria, de uma ruralidade que valoriza um quotidiano baseado na preservação dos costumes e das tradições. Esta qualidade subsiste lado a lado com refúgios naturais, em alguns casos, ainda por descobrir, possibilitando um encontro profundo entre a vegetação e os cursos de água, tão predominantes nestes territórios. No fundo, uma perfeita harmonia entre o que a natureza fez e o que o homem conservou.
Neste caso, a "ponte" permite, não só unir as margens de dois territórios distintos, como proporcionar uma ligação profunda entre treze locais de vários pontos do país. Numa altura em que o individualismo tende a sobrepor-se ao coletivo e a agregação entre indivíduos, povos ou entidades já conheceu tendências mais positivas, a iniciativa deste grupo revelou o espírito das gentes destes territórios, que reconhecem as mais-valias que esta associação reproduz.
Comunhão de interesses e entreajuda são outros dois objetivos que, ainda hoje, conduzem à elevação de novas pontes. Dois objetivos que, da mesma forma, estão intrinsecamente associados ao espírito de grupo das "13 pontes".
Com características geográficas e culturais distintas, as freguesias que incorporam esta associação são as seguintes:
Freguesia: Ponte da Barca
Concelho: Ponte da Barca
Distrito: Viana do Castelo
População: 2.308 habitantes
Nº de eleitores: 1.581
Área: 95 hectares
Orago: S. João
No tempo da fundação da nacionalidade, já Ponte da Barca era terra de importância material e de categoria política, como comprova o facto de ter sido sede da corte portuguesa durante cerca de um mês, no ano de 1386.
Vila, freguesia e sede de concelho, situa-se na margem esquerda do rio Lima. O topónimo Barca aparece pela primeira vez nas Inquirições de 1220. Era um lugar da freguesia de Paço Vedro de Magalhães, na Terra da Nóbrega. Na primeira metade do século XVI deve ter-se verificado a elevação do lugar de Ponte da Barca a freguesia, vila e sede de concelho da Nóbrega. Teve foral manuelino concedido em 24 de outubro de 1513. A antiga freguesia foi abadia da apresentação do padroado real, tendo depois passado para os Magalhães Meneses, senhores da Barca.
Freguesia: Ponte de Lima
Concelho: Ponte de Lima
Distrito: Viana do Castelo
População: 5.000 habitantes
Nº de Eleitores: 3.600
Área: 1,41 Km2
Orago: Santa Maria dos Anjos
É uma interessante localidade de visita obrigatória no Alto Minho. Surge ao lado a ponte medieval, com os seus quinze arcos ogivais, depois as Torres de S. Paulo e da Cadeia, conservando-se ainda, entre elas, um pano das antigas muralhas da vila. Terra morena, vestida de rude granito da Serra d'Arga, Ponte de Lima é uma terra cheia de história, de arte e beleza natural, de rusticidade e património.
O rio que, nascido na fonte do Talarinho, em Ginzo, se torna mais largo e sereno, quando sente próximo o oceano, antes de se espraiar nas férteis veigas, ao cruzar-se com a estrada romana, que noutros tempos foi a principal via da civilização, originou uma ponte e, com esta, deu o nome à povoação que desse cruzamento nasceria: Ponte de Lima. Em 1125, D. Teresa decidiu atribuir o estatuto de vila e sede de município a essa povoação, reconhecendo a sua importância sob o ponto de vista da estratégia militar e económica.
Freguesia: Vila da Ponte
Concelho: Montalegre
Distrito: Vila Real
Localidades: Bustelo e Vila da Ponte
População: 250 habitantes
Nº de Eleitores: 330
Área: 10,7 Km2
Orago: Santa Maria Madalena
É antiquíssimo o povoamento do território desta pequena freguesia barrosã. A testemunhar esta realidade estão as três mamoas que existiram no Vale Quilhoso, da quais duas ainda existem nos Penhascos da Roca.
Não se conhece, em toda a enorme região de Trás-os-Montes e Alto Douro, qualquer outra povoação que goze da honra de ter três "Cistas" - monumentos funerários com mais de três mil e quinhentos anos e cujo espólio se encontra no Museu Mendes Correia, Faculdade de Ciências, no Porto, e outra no restaurante "a Cista", no sítio do Gorgolão. A Cista de 1931 tinha um único vaso funerário, tal como a última, já a de 1938 tinha três vasos, dos quais dois se conservam em bom estado, tal como o vaso da última cista. Junto do restaurante foi reconstruída in situ, com o seu próprio material a cista de 1994.
Freguesia: Ponte
Concelho: Vila Verde
Distrito: Braga
Povoações: Bárrio, Borrela, Bouça, Cabo,
Crasto, Fontaíscos, Fonte Goda, Fontelos,
Germel, Igreja, Lameiro, Serém, Vila de
Baixo e Vila de Cima
População: 630 habitantes
Nº de Eleitores: 526
Área: 320 hectares
Orago: S. Vicente
Ponte é uma das cinquenta e oito freguesias do concelho de Vila Verde, distrito de Braga. Seis quilómetros a separam da sede do concelho e 23 do seu distrito. Pode-se afirmar, sem exagero, que a história da freguesia se reporta, pelo menos, à Idade do Ferro, pois assim o demonstram os sinais que as populações castrejas ao longo do tempo foram deixando no monte de S. Julião.
Não havendo documentos escritos a testemunhar tais afirmações, existem os documentos proto-históricos, que de uma forma insofismável, atestam a existência de populações na freguesia, no local hoje conhecido por Citânia de S. Julião. Assim, temos quase como certo que, quando Viriato se rebelou contra as poderosas legiões romanas, congregando à sua volta todo o Povo Lusitano e outras tribos amigas, talvez que também os castrejos da Citânia de S. Julião tivessem acorrido à chamada e a seu lado lutassem contra o inimigo comum.
E tudo corria pacatamente nesta aldeia, quando ao longe soaram de novo os tambores da guerra e uma nova força, aos gritos de "Ala Akbar", se lançou sobre a Península. Eram o generoso e justo Tanque e o sanguinário Muça que tentavam impor à Península um novo credo e uma nova civilização. Mais uma vez, os povos que tinham a Citânia de S. Julião como capital ficaram alerta e, como neófitos do Cristianismo, esperaram que alguém reunisse as desbaratadas hostes cristãs, para combater o "perro infiel". E também aqui estamos convictos que os antepassados de Ponte (S. Vicente) terão participado nessa terrível guerra de religiões e civilizações, que ficou conhecida como Guerra da Reconquista.
Depois, houve um visionário que sonhou e ousou construir uma Pátria. Certamente que ao lado desse heroico visionário estiveram filhos desta pequena aldeia. Depois, seguiu-se uma gloriosa epopeia, que permitiu abrir novos caminhos através dos mares.
Freguesia: Ponte
Concelho: Guimarães
Distrito: Braga
População: 8.000 habitantes
Nº de Eleitores: 5.000
Área: 7,7 Km2
Orago: S. João Baptista
Assentando grande parte do seu extenso território na bacia orográfica do Ave, Ponte detém uma belíssima e airosa implantação em zona de vale aberto e acolhedor, na companhia daquele formoso curso de água, neste trecho ainda pouco atingido pelas agressões ambientais, que logo a jusante se agudizarão.
Sendo uma das mais populosas do concelho, esta freguesia ultrapassou a cifra dos seis milhares de residentes, acusando assim um considerável índice de urbanização.
Um forte impulso detetável no sector industrial em geral, e em particular na área dos têxteis, será o responsável direto por este assinalável crescimento demográfico e urbano registado no último meio século.
Freguesia: Vila da Ponte
Concelho: Sernancelhe
Distrito: Viseu
Povoações: Cardia e Quinta de São Roque
População: 572 habitantes
Nº de Eleitores: 490
Área: 12,8 Km2
Orago: N.ª Sr.ª das Necessidades
Vila da Ponte, localizada na Região das Terras do Demo, é uma das 17 freguesias do concelho de Sernancelhe, distrito de Viseu, encontrando-se equidistante das cidades de Viseu, Guarda e Lamego. Esta povoação chamou-se primitivamente Ponte, ou Ponte do Távora e Ponte Távora, considerando a antiga ponte de cantaria que se ergueu, em tempos remotos, à entrada do alfoz de Sernancelhe, do lado poente, destruída no ano de 1965, de acordo com o projeto de demolições de pontes do Távora para a construção da barragem do Vilar.
Freguesia: Ponte de Vagos
Concelho: Vagos
Distrito: Aveiro
Povoações: Canto da Igreja, Palhal,
Fontainhas, Canto de Baixo, Vale e
Carvalhais
População: 1.706 habitantes
Nº de Eleitores: 1.615
Área: 6,22 Km2
Orago: Nossa Senhora da Luz
Um levantamento histórico permitiu verificar que um dos registos mais antigos sobre as gentes de Ponte de Vagos data de 7 de junho de 1674, que é o registo do batismo de Domingos, filho de Domingos Vaz e de sua mulher Isabel Simões, tendo sido padrinho Domingos Simões da Ponte de Vagos (Cf. Livro 1 de Vagos — Registos Centrais de Aveiro).
Consta que, noutros tempos, terá existido uma Ponte Romana na zona de Ponte de Vagos e que, possivelmente, terá dado o nome a esta terra. Por outro lado, poderá o nome ter a ver com o facto de se situar no extremo Sul do concelho, ou seja, na "ponta" de Vagos.
Foi criada, sob o ponto de vista religioso, por D. Domingos da Apresentação Fernandes, em 11 de dezembro de 1961, e foi elevada à categoria de freguesia em 28 de março de 1968.
Freguesia: Aldeia da Ponte
Concelho: Sabugal
Distrito: Guarda
Povoações: Aldeia da Ponte
População: 302 habitantes
Nº de Eleitores: 339
Área: 34,2 Km2
Orago: Santa Maria Madalena
A Aldeia da Ponte encontra-se na região da Beira Alta, que como o próprio nome indica, é uma zona montanhosa. Faz parte do concelho do Sabugal e do distrito da Guarda, ficando a cerca de três quilómetros de Espanha. A Aldeia da Ponte encontra-se a meio caminho das vilas Vilar Formoso, a nordeste, e Sabugal, a sudeste. Chega-se à Aldeia através da Estrada Nacional 332, vindo de Vilar Formoso. Percorremos os cerca de 25 quilómetros que separam a Aldeia da Ponte do Sabugal pela Estrada Nacional 233.3. A Aldeia é banhada pelo Rio Ceserão, (vulgarmente conhecido como ribeira da Aldeia), afluente do rio Côa, que atravessa a região da Beira Alta de sul a norte.
Freguesia: Regueira de Pontes
Concelho: Leiria
Distrito: Leiria
Povoações: Amieira, Carril, Casais, Chãs,
Matoeira, Ponte da Pedra
População: 2.263 habitantes
Nº de Eleitores: 1.901
Área: 11,5 Km2
Orago: S. Sebastião
A freguesia de Regueira de Pontes ocupa uma área de cerca de 11,5 km2, no centro do concelho de Leiria, confrontando a norte com a freguesia de Ortigosa, a leste com Milagres, a sul com a freguesia Marrazes e a oeste com a freguesia de Amor.
Ao contrário do que se tem dito e escrito sobre a criação da freguesia de Regueira de Pontes, esta teve início em 12 de janeiro de 1714.
Uma das causas de confusão de datas deve-se ao facto de algumas freguesias da região, tal como Azoia, Barosa, Parceiros e Pousos, terem sido criadas em 1713. Uma outra confusão, esta mais recente, deve-se à má leitura de uma carta escrita em 1721, pelo primeiro pároco de Regueira de Pontes, Manuel Lopes, encontrada no tombo dos documentos nacionais e onde o dia 4 de 1714 foi confundido com o de 7. Antes de ser erguida freguesia, Regueira de Pontes pertencia à freguesia de Santiago do Arrabalde da Ponte e tinha, por capelão, o padre Manuel Lopes, que passou a seu primeiro pároco.
A freguesia foi criada pelo bispo D. Álvaro de Abranches e Noronha, que esteve à frente do Bispado de Leiria, entre 1694 e 1746, e era filho dos primeiros condes de Valadares que tinham em Leiria, junto à praça Rodrigues Lobo, um sumptuoso palácio.
A freguesia estendia-se, na altura, até à povoação de Ribeira de Godim, povoação que ficava abaixo de Milagres, onde na altura existia, apenas, um ermo. A primeira Igreja de Regueira de Pontes situava-se no local do atual cemitério e resultou da Ermida ali existente, já de invocação a S. Sebastião.
Freguesia: Ponte de Sor
Concelho: Ponte de Sor
Distrito: Portalegre
Povoações: Ervideira,
Vale de Bispo/Fundeiro, Torre das Vargens,
Arneiro, Pinheiro, Vale de Paio, Barriqueira,
Fazenda, Figueirinha, Barreiras, Vale da
Bica, Domingão, Foros de Domingão
População: 10.000 habitantes
Nº de Eleitores: 7.252
Área: 17.042 hectares
Orago: S. Francisco de Assis
Ponte de Sor é a sede de um concelho constituído por sete freguesias, tendo sido elevada a cidade a 8 de julho de 1985. Foi um território importante na época romana, integrado na terceira via militar romana que ligada Lisboa a Mérida.
Parece datar desta altura a fixação do nome da terra, devido à existência de uma ponte, construída por aquele povo, sobre o rio Sor. Terá sido erguida no primeiro milénio depois de Cristo, no tempo do Imperador Marco Aurélio Probo, constituindo-se então no maior monumento de toda a estrada romana até Mérida, com dez arcos de volta redonda. Apesar de forte, já não existia em 1438, aquando do início da construção das muralhas da vila.
Havendo a ribeira do Sor e a construção da ponte, nasce a povoação. Provavelmente nem foi preciso discutir que nome lhe dar: estava ali a ponte, a ribeira com o seu nome de uma sílaba só... "é Ponte de Sor e não se fala mais nisso".
Freguesia: Pontével
Concelho: Cartaxo
Distrito: Santarém
Povoações: Casais Lagartos, Casais
Penedos e Casais da Amendoeira
População: 4.400 habitantes
Nº de Eleitores: 3.730
Área: 27 Km2
Orago: N.ª Sr.ª da Purificação
Situada em plena região ribatejana, a freguesia de Pontével compreende as localidades de Casais da Amendoeira, Casais Penedos e Casais Lagartos e os lugares de Vale de Zebre, Pinhal Bairro, Casais das Areias, da Alcaria, dos Capeludos, do Latagão, Telégrafos, Cruz do Campo, Rosmaninho, Vale de Choupos, Oira e Águas Férreas.
A fundação de Pontével está certamente ligada à fertilidade dos seus solos e à passagem de importantes vias de comunicação, como a estrada romana que ligava Olissipo (Lisboa) a Scalabis (Santarém), da qual ainda há vestígios, acima da Fonte da Concha, na Horta d'Ourives. Recebeu carta de foral de D. Sancho I, em 1194, confirmada por D Afonso II, em 1218. A existência de juízes de vintena sujeitos à Comarca de Santarém atesta a sua importância política e económica desde a época medieval. Foi também sede da Comenda de S. João do Hospital (Ordem de Malta), chegando a ser cabeça de comenda no século XVII. Após a Restauração da Independência, foi criado o Condado de Pontével, por ocasião do casamento de D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV, com o Rei de Inglaterra, um título que se extinguiu devido à ausência de sucessores por parte dos seus titulares.
No século XIX a vila parece ter perdido um pouco do seu antigo esplendor, no entanto, o despertar republicano deu novo fôlego à dignidade pontevelense, com o surgimento de novas obras e formas de associação cívica. A excelência dos seus recursos agrícolas, uma atividade comercial significativa e até alguma iniciativa industrial — de que foi exemplo as fábricas de rebuçados, de conservas de frutas e, ainda atualmente, de telha e tijolo — foram responsáveis, ao longo do século passado, por um elevado grau de desenvolvimento. Por decreto-lei, Pontével consegue o título de Vila em 20 de junho de 1991.
Freguesia: Ponte do Rol
Concelho: Torres Vedras
Distrito: Lisboa
Povoações: Ponte do Rol, Benfica,
Gondruzeira, Gibraltar e Soito
População: 2.500 habitantes
Nº de Eleitores: 1.900
Área: 9,2 Km2
Orago: N.ª Sr.ª da Conceição
Reza a tradição popular que, passando um dia El-Rei D. Dinis (ou talvez seu neto D. Pedro I), de Torres Vedras para Óbidos, para as suas coutadas, a exercer o seu desporto favorito, a caça, parou num pequeno povoado junto ao rio Sizandro. O povo que o veio saudar pediu-lhe a mercê de mandar construir uma ponte sobre o referido rio. O Rei achou bem e terá dito ao seu escrivão: "põe lá a ponte no rol".
A verdade é que em abril de 1365 a ponte já estava construída. Quando o Rei por ali passava nessa altura, veio saudá-lo o referido Álvaro Eanes e agradecer-lhe em nome dos beneficiados, os moradores destes sítios, fazendo-o El-Rei escudeiro da sua casa.
A este Álvaro Eanes o povo começou depois a chamar "Álvaro da Ponte". Seria tetravô de Álvaro da Ponte que, segundo a inscrição, mandara construir a Igreja Paroquial, em 1530, no reinado de D. João III.
Freguesia: Gâmbia – Pontes – Alto da Guerra
Concelho: Setúbal
Distrito: Setúbal
Povoações: Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra
População: 5.500 habitantes
Nº de Eleitores: 3.506
Área: 27,6 Km2
Os vestígios mais remotos de ocupação humana na área da freguesia datam do Neolítico, por volta de meados do quarto milénio antes de Cristo, segundo achados soltos de machados de pedra polida, nas Pontes e no Pinheiro Torto (Gâmbia). Devido à ecologia própria da área, toda a vasta zona da freguesia foi recebendo impactos populacionais e culturais diferenciados ao longo dos séculos.
É possível que, dado a sua proximidade a Setúbal romana e Tróia, houvesse alguma exploração incipiente de sal na zona da freguesia. Segundo dados concretos, uma presença humana na área só ocorre por volta da segunda metade do século XVI, quando a exploração do sal, importante fonte de riqueza, é incentivada pela Ordem de Santiago, instalada em Palmela. Contudo, apesar do afazer da exploração do sal, as populações eram impedidas de ocupar toda a zona ao longo do ano, de forma permanente.
Esta hipótese baseia-se num documento do século XVI, citado por Virgínia Rau, e que diz o seguinte: "qualquer pessoa, de qualquer condição que seja, sendo achada nas marinhas do termo desta villa (Setúbal), com besta, ou sem ela, furtando sal, quebrando tranqueira ou descobrindo monte de sal, nem abrindo monte de sal, pague de pena 2.000 Réis, quando não justifique a razão que teve para ir às marinhas".
Devido a fraudes então praticadas, a exploração do sal entra em decadência em meados do século XVIII. Talvez essa decadência tenha estimulado a vinda da população para ocupar o espaço interior da freguesia. De início, essa colonização, conduzida de forma tímida, foi tomando nova dinâmica, até dar a realidade cultural e económica que atualmente define esta terra.
Nota: Toda a informação foi retirada do livro "Pontes de Encontro" editada em junho de 2008. No âmbito da reorganização administrativa do território das freguesias (Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro), algumas das freguesias agregaram-se a outras limítrofes.